Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi
embora, mas o amado já.
A solidão está para o espírito como a
dieta para o corpo, mortal quando é
demasiado prolongada, embora
necessária.
A solidão mostra o original, a beleza
ousada e surpreendente, a poesia. Mas a solidão também mostra o avesso, o desproporcionado, o absurdo e o ilícito.
No fundo, é isso, a solidão:
envolvermo-nos no casulo da nossa
alma, fazermo-nos crisálida e
aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar.
Uma única coisa é necessária: a
solidão. A grande solidão interior. Ir
dentro de si e não encontrar ninguém durante horas, é a isso que é preciso chegar. Estar só, como a criança está só.
A solidão é o preço que temos de
pagar por termos nascido neste
período moderno, tão cheio de
liberdade, de independência e do
nosso próprio egoísmo.
A verdadeira liberdade é um ato
puramente interior, como a verdadeira solidão: devemos aprender a sentir-nos livres até num cárcere, e a estar sozinhos até no meio da multidão.
Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de
amigos faz com que o mundo pareça um deserto.
É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar.
Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só.
Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.
As vezes se fica tanto tempo sozinho, que a solidão deixa de ser ausência e passa se tornar companhia.
Jamais encontrei companheiro que me fosse mais companheiro que a solidão.
Por mais que digamos, as recordações não povoam a nossa solidão. Pelo contrário, aumentam-na.
Não sei o que é a solidão. Nunca me senti so. Acho fantástico ficar comigo mesma, com minhas milhões de dúvidas e preocupações.
Solidão não é estar só. E sim estar entre mil pessoas e sentir a falta apenas de uma.